quinta-feira, 18 de agosto de 2011

o que mudou ??

Fausto Macedo, de O Estado de S.Paulo
Delegados da Polícia Federal, inconformados com ataques que a corporação recebe a cada operação, lançaram manifesto por meio do qual lamentam que "no Brasil a corrupção tenha atingido níveis inimagináveis". Destacam que "milhões de reais, dinheiro do povo, são desviados diariamente por aproveitadores travestidos de autoridades".
"Quando esses indivíduos são presos, por ordem judicial, os padrinhos vêm a público e se dizem ‘estarrecidos com a violência da operação da Polícia Federal’", afirma o documento, subscrito pela Associação Nacional dos Delegados da PF, uma das principais entidades da classe que detém atribuição constitucional para presidir inquéritos sobre desvios de recursos do Tesouro.
"No Ministério dos Transportes, toda a cúpula foi afastada", assinala o protesto. "Estourou o escândalo na Conab e no próprio Ministério da Agricultura. Em decorrência das investigações no Ministério do Turismo a Justiça Federal determinou a prisão de 38 pessoas de uma só tacada. Mas a preocupação oficial é com o uso de algemas."
Eles ponderam que "em todos os países a doutrina policial ensina que o preso deve ser conduzido algemado, porque a algema é instrumento de proteção ao preso e ao policial que o prende".
Os delegados recorrem ao criminalista Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça no governo Lula, que um dia declarou: "A Polícia Federal é republicana e não pertence ao governo nem a partidos políticos."
Trecho do documento soa como um alerta: "Há de chegar o dia em que a história será contada em seus precisos tempos. De repente, o uso de algemas em criminosos passa a ser um delito muito maior que o desvio de milhões de reais dos cofres públicos".

ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE


O PT e o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, criaram um consórcio nas estruturas do Ministério da Agricultura e do Porto de Santos em São Paulo e implementaram um revezamento, em postos estratégicos, entre indicados das duas siglas.
Cargos de diretoria da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) foram divididos pelas legendas.
Aliados do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB), que pediu demissão ontem, ocuparam cargos estratégicos na Codesp, Conab e na Ceagesp. E com o aval do PMDB petistas também foram indicados para postos-chave nesses órgãos.
Ex-secretário executivo da Agricultura, Milton Ortolan já tinha no currículo passagens pela Conab e pela Codesp quando assumiu o posto este ano - ele pediu demissão há dez dias, depois de a revista Veja apontar ligação sua com o lobista Júlio Fróes.
Antes de migrar para o Ministério da Agricultura, Ortolan havia sido superintendente de Administração e Serviços da Codesp, por indicação de Rossi. O ex-ministro fora presidente da companhia entre 1999 e 2000, no governo FHC, mas manteve influência no porto até 2007, quando o PSB assumiu a Secretaria dos Portos. Ortolan também o acompanhou na Conab, onde foi chefe de gabinete quando Rossi a presidiu, em 2007.
Outro com passagens pela Codesp e pela Ceagesp é Jamil Yatim, ligado ao PT de Jundiaí. Assim como Ortolan, ele foi superintendente de Administração e Serviços da Codesp. Em 2007, foi demitido do cargo. Com o aval de Ortolan, migrou para a Ceagesp. Ocupa atualmente o cargo de diretor administrativo financeiro da companhia.